
Num leve espanto
o poema pousará no céu da minha boca:
não ficará inscrito em casca de árvore
não cicatrizará em lugar de passagem
não sujará de cinza a tua pele.
Perpétuo por um triz
só o lugar efémero da paisagem
que muda a cada dia; gesto previdente
gerindo de rédea forte
pente fino
o que quer manter-se eternamente.
Em tronco algum ou pedra de caminho
deixarei de peito aberto a cicatriz:
(só sombra negra amplia a dimensão)
não puxarei o novelo pelo fio:
não deixarei pegada em trilho quente.
Foto de Erik Mclean no Pexels
O poema pousa sempre onde queremos, e assim deixamos
🙂
É isso mesmo…
Grato pela visita. Virei aprofundar a minha volta por aqui…
Momentos de Poesia